Começou ontem e vai até amanhã o evento que joga luz sobre o centenário da assinatura do Pacto de Pedras Altas, que pôs fim à última guerra civil gaúcha, voltando a irmanar chimangos e maragatos, ou republicanos e federalistas. De lá para cá, muitas vezes a democracia cambaleou, mas a data fica na memória para lembrarmos da importância de mantermos firmes as instituições para termos eleições justas e limpas. Não cabe mais golpismo ou manipulação e, felizmente - por mais que muitos falem contra - nada se provou contra as urnas atuais.

Nossos problemas envolvendo lisura de eleições são outros, passando por uso da máquina pública, manipulação através de discursos e, recentemente, uma escalada de agressividade, movida por fake news e extremismos. Às vésperas de mais um período eleitoral, parece ser de interesse de todos que a coisa alivie. Porém, o que a gente vê por aí é muitas asinhas sendo colocadas de fora para tentar manter um clima bélico.

No entanto, eventos como a jornada que acontece nesses três dias em Pelotas e Pedras Altas servem para nos fazer parar e refletir sobre os avanços que a sociedade inteira experimenta quando se há paz na democracia. Nosso sistema de eleições, embora com imperfeições, é o que mais traz ganhos à população, com debate de ideias (no melhor dos cenários) e diferentes vertentes puxando, uns aos outros, rumo à evolução dos interesses da população. No mundo ideal, claro. Na prática, infelizmente, há muita pessoalização dos temas e foco constantemente em temas menores, que divergem do que a grande maioria da população se importa e acaba, desse modo, afastando o grande público desse nicho. Sem contar a gritante falta de crença que se tem em políticos, frutos de anos de escândalos empilhados e promessas não cumpridas, causando ainda mais decepção nas pessoas.

A política precisa voltar a ser tema de debate de ideias e, com a Zona Sul no foco disso durante os eventos, talvez consigamos começar a pavimentar o caminho para 2024. O clima eleitoral já ferve pelas ruas de Pelotas, como há muitos anos não se via, e se a democracia for cada vez mais fortalecida, o clima pré-pleito talvez ajude a chegarmos no final do próximo ano com o escolhido ou escolhida tendo conseguido, além das suas ideias, angariar mais e mais projetos que ajudem na evolução da nossa comunidade.

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